Biopirataria é um termo relativamente novo, criado na primeira metade da década passada para designar o envio não autorizado de recursos genéticos de origem vegetal ou animal para fora de determinado país, bem como a apropriação indevida de conhecimentos populares acerca da biodiversidade de uma região.
Apesar de o termo ser recente, o Brasil já sofre com a biopirataria desde os tempos de seu descobrimento. A primeira grande vítima desse crime foi o pau-brasil, levado em grandes quantidades para a Europa devido ao seu alto valor comercial. Da mesma forma, uma infinidade de outras espécies de plantas e animais foi levada para outros países, seja com o objetivo de servirem para estudos científicos, seja para fins estritamente econômicos, que é o objetivo da maior parte dos casos.
O Brasil é um país conhecido por sua enorme biodiversidade. A diversidade de espécies significa alta variedade de patrimônios genéticos. Em tempos de crescente valorização da biotecnologia (utilização de organismos vivos ou de suas células e moléculas para produção de substâncias, gerando produtos comercializáveis), essa diversidade genética tem despertado grande interesse científico e, na maioria das vezes, também de cunho econômico e comercial.
Do ponto de vista puramente científico, a diversidade brasileira de espécies tem muito a acrescentar à ciência mundial. Do ponto de vista comercial, ela pode gerar lucros altíssimos aos detentores desse conhecimento, pois muitas dessas espécies apresentam em sua composição substâncias químicas com uso potencial na fabricação de medicamentos — os fármacos. A biopirataria pode assumir também um lado menos refinado: o contrabando e comercialização ilegal de animais e plantas.
Especificamente no caso dos fármacos, as empresas estrangeiras primeiramente escolhem as plantas (e também animais) com potencial farmacológico utilizando conhecimentos populares, muitas vezes provenientes dos índios, sobre as espécies de determinada região. Especialmente em locais isolados, aonde a alopatia (remédios químicos) não chega com facilidade, é muito comum a população tratar suas doenças exclusivamente com plantas medicinais. Tal conhecimento é resgatado por essas empresas para ser utilizado como critério de seleção das espécies a serem contrabandeadas. Assim, a chance de as espécies escolhidas realmente apresentarem os fármacos de interesse é muito grande. Em seguida, elas investem pesado em pesquisas para confirmar esse potencial farmacológico. Se a confirmação acontece, o fármaco é patenteado. A partir desse momento, apenas a empresa que o patenteou tem direito de utilizá-lo e comercializá-lo. E é com isso que o Brasil perde.
A pesquisa científica no Brasil, apesar de ter melhorado bastante em qualidade, muitas vezes competindo em pé de igualdade com os principais centros de pesquisa mundiais, ainda é feita em ritmo lento em relação aos países do Primeiro Mundo. O motivo não é falta de qualificação e preparo de nossos cientistas e pesquisadores, mas de recursos financeiros. Por esse motivo, muitos países saem na frente e estudam nossas riquezas naturais antes mesmo de sabermos de sua existência. Acabamos perdendo o direito de utilizá-las por causa da patenteação de produtos derivados de nossa biodiversidade por outros países.
A resolução do problema da biopirataria no Brasil depende de fiscalização mais eficiente de nossas reservas naturais em todo o território nacional, especialmente na Amazônia, e, principalmente, de investimento em conhecimento de nosso patrimônio natural. A floresta amazônica não pertence apenas ao Brasil. A Amazônia abrange vários países vizinhos do nosso (Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa), e as espécies não respeitam fronteiras. As mesmas espécies encontradas em território brasileiro também habitam esses países. Se não investirmos em pesquisa para conhecer nossa biodiversidade, as nações desenvolvidas poderão se apropriar desse conhecimento por meio de associações com outras e não necessariamente com o Brasil. O único meio realmente eficaz para acabarmos com a biopirataria em nosso país é investir em conhecimento científico e combater a retirada e venda de plantas e animais obtidos em nossos ecossistemas.
Fonte:http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt-BR&source=hp&biw=1024&bih=543&q=biopirataria&gbv=2&oq=biopirataria&aq=0&aqi=g10&aql=undefined&gs_sm=e&gs_upl=1265l4234l0l12l9l0l0l0l0l750l2016l5-1.2l3 http://www.educacional.com.br/noticiacomentada/030918_not01.asp
Fonte:http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt-BR&source=hp&biw=1024&bih=543&q=biopirataria&gbv=2&oq=biopirataria&aq=0&aqi=g10&aql=undefined&gs_sm=e&gs_upl=1265l4234l0l12l9l0l0l0l0l750l2016l5-1.2l3 http://www.educacional.com.br/noticiacomentada/030918_not01.asp
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